Bem Vindos

Aproveitem as informações e coloquem em prática.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Gastrite...fique atento!!!

1. Quais são as causas da gastrite?


Além da gastrite bacteriana (esta é a causa principal de gastrite?)não é a principal, pode deixar assim como esta, como uma das causas (é a causa mais estudada), causada pela infecção da bactéria Helicobacter pylori, outros motivos podem levar a irritação ou inflamação da mucosa gástrica, que passa a não suportar mais um elevado conteúdo ácido. São eles:

Estresse;

Substâncias irritantes (como medicamentos);

Drogas (como a cocaína);

Fumo;

Álcool;

Substâncias corrosivas (como produtos de limpeza);

Elevados níveis de radiação (na radioterapia, por exemplo);

Algumas doenças auto-imunes;

Algumas doenças digestivas, como doença de Crohn;

Certas espécies de vírus, parasitas e outras bactérias.

2. Existe uma dieta especial para os diferentes tipos de gastrites ou todos os alimentos têm o mesmo efeito em todos os casos?

De maneira geral, a dieta segue o mesmo padrão: o fracionamento de cinco a seis refeições diárias e devem ser evitados os alimentos irritantes e estimulantes de secreção gástrica.

Portanto, nas diferentes fases da doença a dieta recebe as mesmas orientações, mas com diferentes enfoques. . Por exemplo, na gastrite aguda, a dietoterapia consiste em recuperar a mucosa gástrica. Já na gastrite crônica, a dietoterapia consiste em evitar o avanço das lesões e proteger a mucosa gástrica.

Somente em casos de gastrites crônicas com hipersecreção, a dieta deve conter um pouco mais de gorduras, que provocam uma maior liberação de enterogastrona no intestino (hormônio que inibe o peristaltismo estomacal) e, consequentemente, reduz-se a secreção e o tônus do estômago.

3. Quais alimentos ajudam a controlar os sintomas da gastrite e quais alimentos acentuam o desconforto?

Estão separados em duas listas os alimentos que contribuem para controlar os sintomas da doença e outros que devem ser evitados, pois aumentariam o desconforto. Seguem abaixo:

Alimentos que contribuem para controlar os sintomas da gastrite:

Água, chá de frutas e ervas, suco de frutas diluído;

Frutas, gelatina, mingaus;

Leite (combinado a outro alimento) e iogurte desnatado ou light;

Queijos brancos;

Carnes brancas e magras (peixe, frango, perú);

Purês, batata, mandioquinha, suflês, vegetais cozidos;

Geleias, mel, margarina light em quantidade moderada;

Sopas de vegetais e carne.

Alimentos que devem ser evitados:

Condimentos (pimenta-do-reino e a vermelha);

Álcool;

Alimentos estimulantes, como café, chá mate, chá preto, chocolate;

Temperos industrializados, como caldo de carne, maionese, molho tártaro, Extrato ou molho de tomate, molho de soja (shoyo), molho inglês, molho de salada;

Refrigerantes;

Frutas ácidas e tomate;

Carne processadas: presunto, mortadela, copa, lombo, salsicha, linguiça, salame;

Alimentos gordurosos em geral;

Goma de mascar.

Todos estes alimentos são proibidos para não aumentarem a secreção gástrica. Se necessário, faz-se uma suplementação nutricional para evitar deficiências de micronutrientes e não prejudicar a cicatrização tecidual. De qualquer maneira, é importante testar os alimentos que causam desconforto gástrico e assim retirá-los da alimentação.

4. Recomenda-se evitar somente o consumo de frutas ácidas?

Sim. As únicas frutas que devem ser evitadas são aquelas mais ácidas (como laranja, limão, mexerica, entre outras) e frutas que não estejam maduras. É importante lembrar que cada organismo reage diferentemente aos alimentos, então não existe uma lista estabelecida de frutas a serem evitadas, e sim aquelas que causem desconforto ao paciente. Deve-se evitar também a ingestão de sucos ácidos concentrados (limão, laranja). O ideal é diluí-los.

O consumo de outras frutas é recomendado, pois são de fácil digestão, ricas em fibras alimentares, ajudam a manter a hidratação e fornecem vitaminas importantes para manutenção da saúde do indivíduo.

5. Quais dicas nutricionais são importantes para estes pacientes?

Paciente com gastrite está com a mucosa gástrica fragilizada, por isso deve-se poupá-la de maiores esforços. Assim, além da dieta específica, o paciente deve se alimentar em ambientes calmos e mastigar bem o alimento antes de engolir, para facilitar a digestão.

Refeições com grandes volumes de alimentos também vão exigir trabalho extra do sistema digestório. Por isso, recomenda-se uma alimentação fracionada, em que o paciente deve comer mais vezes no dia, em menores quantidades. Esta recomendação também visa diminuir o tempo de jejum, que acidificaria o meio estomacal, aumentando as crises de gastrite. A refeição à noite deve ser leve e de fácil digestão.

Os alimentos devem ser mais abrandados, ou seja, bem cozidos e ingeridos em temperatura morna para que proporcionem uma digestão mais facilitada e recuperação da mucosa gástrica.

6. Quais alimentos possuem propriedades nutricionais especiais que podem aliviar o desconforto da gastrite?

Ovo: Estudos descrevem a importância dos ovos como fonte de uma imunoglobulina específica, a “IgY”, capaz de reduzir a inflamação gástrica causada pela bactéria H. pylori.

Brócolis e broto de brócolis: estudos demonstraram que o Sulforaphane, substância abundante nos brócolis e broto de brócolis, inibe a infecção causada pela bactéria H. pylori, devido ao potencial efeito bactericida desta substância.

Cenoura: estudos relatam relação inversa entre concentração de beta-caroteno, substância presente na cenoura, e risco de gastrite. Ou seja, a ingestão frequente de cenoura pode ajudar a minimizar os riscos de desenvolvimento de gastrite.

Água de coco: esta bebida possui propriedades antioxidantes, além de conter proteínas, gorduras e minerais, como sódio, potássio, magnésio e cálcio. Por isso, a água de coco além de ser excelente bebida hidratante, ainda protege o organismo contra a ação dos radicais livres. Estudo científico verificou diversas propriedades funcionais na associação de água de coco com caju, como prevenção do câncer, prevenção da Helicobacter pylori causadora da gastrite aguda e propriedades antioxidantes.

Iogurte: devido à fermentação, o iogurte tem fácil digestão (seis vezes mais digerível que o leite). A caseína, proteína do leite e derivados, é facilmente degradada em aminoácidos pelo suco gástrico e disponível para a absorção.

7. O que comer na hora da crise? Como obter esse alívio instantâneo?

Para alívio imediato o tratamento mais utilizado é o uso de antiácidos. O chá de espinheira-santa verdadeira, planta nativa da região do sul do Brasil, também é utilizada principalmente para o tratamento de gastrites e úlceras estomacais.

Após o alívio da dor, o paciente deve seguir com dieta específica para gastrite, conforme descrita anteriormente.

O leite não deve ser consumido nesse momento, pois produz uma sensação de alívio imediato, mas é acompanhado de um “efeito rebote” que aumenta a secreção gástrica.

;) Um forte abraço a todos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A alimentação dos pacientes portadores de insuficiência renal crônica em hemodiálise

A insuficiência renal crônica (IRC) é uma síndrome complexa que se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Por isso, os pacientes com a doença devem receber algumas orientações alimentares específicas. Veja abaixo:

Proteína: para pacientes em regime crônico de hemodiálise não é obrigatória a restrição protéica. Cada paciente deve ser tratado individualmente, sendo o padrão de recomendação de proteína da dieta semelhante ao de indivíduos normais, de 1,2 g/kg de peso ideal ou desejável/dia (em manutenção) e de 1,2 a 1,4 g/kg de peso ideal ou desejável/dia (em condições de repleção). Deste valor, mais de 50% da proteína deve ser de alto valor biológico.

A maior restrição dietética desses pacientes não é necessariamente em relação à proteína ingerida através da dieta, mas sim ao teor de fósforo que está naturalmente presente nas mais comuns fontes protéicas que compõem a alimentação habitual do brasileiro, como carne, leguminosas, oleaginosas leite e derivados, entre outros. Geralmente, para esses pacientes não elevarem seu nível sangüíneo de fósforo, são utilizados medicamentos especiais, como quelantes de fósforo, sendo assim a proteína absorvida e o excesso de fósforo são eliminados.

Mas é importante lembrar que, se a ingestão protéica exceder a recomendação, o quelante de fósforo não agirá conforme esperado. Portanto, a recomendação dietética deve ser seguida e sempre monitorada por um nutricionista, assim como exames bioquímicos devem ser solicitados pelo médico para o acompanhamento do fósforo sérico. A dosagem do quelante de fósforo também deve ser revista pelo nefrologista responsável para cuidados constantes do paciente.

Calorias: quanto ao valor calórico da dieta e percentuais de gordura e carboidrato, novamente deve-se ter em mente que cada paciente é um caso diferenciado a ser estudado. O primeiro nutriente a ser calculado é a proteína, depois se completa o valor calórico da dieta com os lipídeos e carboidratos, levando em consideração que alguns dos renais crônicos podem ser diabéticos ou apresentar dislipidemias. Geralmente, quando não há diabetes ou hipertrigliceridemia, os carboidratos, tanto simples quanto complexos, são boas opções. Não se pode esquecer de priorizar as fontes lipídicas em poliinsaturados e monoinsaturados, evitando ao máximo a gordura saturada.

As calorias recomendadas são (sempre usando o peso ideal ou desejável):

- Manutenção: 30 a 35 kcal/kg/dia

- Repleção: 35 a 50 kcal/kg/dia

- Redução: 20 a 30 kcal/kg/dia

Muitos dos renais crônicos em regime prolongado de hemodiálise não são obesos, pelo contrário, alguns até apresentam desnutrição ou elevada perda de massa muscular. Portanto, a restrição calórica nem sempre é necessária.

Potássio: este eletrólito deve ser controlado através de exames de sangue e é necessária restrição alimentar das fontes que o ofereçam quando estiver aumentado. Hortaliças, leguminosas e oleaginosas apresentam elevado teor de potássio. O processo de cozimento em água promove perda significativa desse eletrólito.

Sódio: é necessária a restrição de sódio a fim de controlar a pressão arterial e evitar a ingestão de líquidos. Deve-se orientar os pacientes a usar pouco sal de adição na dieta. A recomendação é de 1 a 1,5 g de sódio/dia (o equivalente a aproximadamente 3,75 g de sal de cozinha).

Líquidos: a quantidade de líquidos permitida ao dia é prescrita levando em conta o volume residual urinário de 24 horas, adicionado de 500 ml de líquidos. Lembrando que sucos, gelatinas, gelos, caldos e sopas também devem ser considerados como líquidos, não somente a água.


Abraços e até a próximaaaa ;)

Bibliografia (s)
1. Cuppari L et al. Doenças renais. In: Cuppari L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina - nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p. 167-199.
2. Martins CM, Riella MC. Nutrição e hemodiálise. In: Riella MC e Martins CM. Nutrição e o rim. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2001. p. 114-131.
3. Cabral PC, Diniz AS, Arruda IKG. Nutritional evaluation of patients on hemodialysis. Rev. Nutr. 2005;18(1):29-40. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000100003. Acessado em 21/03/07.